Chegada em sua 12⁰ edição, concurso beleza negra realizado no município fechou a noite com uma grande surpresa! A revelação da Miss da concurso, Ludmilla Victória, uma jovem de 16 anos que já está construindo o próprio futuro atuando no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) como aprendiz mirim.
De acordo com a mais nova miss do concurso, ela sempre teve enraizado desde os 7 anos o sonho de participar de um evento como este.
“Desde sempre gostei muito de desfilar. Minha mãe na minha idade foi miss beleza negra aqui em Bataguassu -MS e eu só segui os passos dela”, recorda.
As inscrições, segundo Victória, haviam sido abertas à comunidade e diante da possibilidade, meninas interessadas no assunto poderiam participar do desfile.
Questionada sobre alguma sensação, a miss revela que houve frio na barriga muito intenso, seguido de um nervosismo, pois não sabia qual seria o resultado de tanta dedicação, mas que no final foi muito gratificante.
” É um sentimento bom, no fim a gente vê que todos os esforços e votos de confiança não foram em vão”, explica.
Sobre o concurso.
O miss beleza negra evoca o sentimento expansivo e a necessidade de dar voz a comunidade negra, sempre celebrado no dia 20 de novembro, data a qual foi instituída o dia da Consciência Negra em 1695, quando Zumbi dos Palmares foi morto em sua luta incessante por libertação do seu povo que eram feitos de escravos em senzalas da época.
A luta por reconhecimento e espaço dentro do ambiente social se faz presente nos dias atuais, quando o preconceito ainda é muito dominante tanto entre as classes sociais quando nas classes raciais.
O objetivo do concurso que Bataguassu promove todos os anos é o de reconhecer essa luta e dar voz e vez a essas pessoas que por vezes são esquecidas, além de reforçar a luta contra os desmandos sociais.
Representar um evento desse porte, Segundo Ludmilla, é algo que lhe traz grande satisfação “representa minhas origens, mulheres negras na minha família e qualquer outra pessoa que se sentiu representada por mim porque fui para representar o povo e o movimento negro de nossa cidade”, conclui.
E o festival não para por aqui, em 2022 na mesma data, acontecerá a 13⁰ edição do evento.